O que significa a redução da jornada de trabalho para o varejo farmacêutico?
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa a extinção da escala 6X1 nas farmácias já está gerando um debate significativo no setor farmacêutico. Com 231 assinaturas, a PEC ainda precisa passar por várias etapas legislativas antes de ser aprovada, mas os impactos para o varejo já começam a ser discutidos com bastante seriedade. O cerne da proposta está na redução da jornada de trabalho dos farmacêuticos e seus colaboradores, de 44 horas semanais para 36 horas, e na reorganização dos turnos, algo que pode afetar diretamente a dinâmica do setor.
Para entender como essa mudança pode reverberar nas farmácias, vamos analisar alguns pontos cruciais que merecem a atenção dos empresários e gestores do setor.
Explore os principais aspectos dessa proposta:
Quais serão os impactos na gestão de pessoas com a mudança na jornada de trabalho?
Como os ajustes na operação das farmácias podem garantir a continuidade do atendimento?
De que forma as mudanças podem afetar economicamente e financeiramente as farmácias?
Quais serão os impactos no atendimento ao cliente com a nova jornada?
Quais aspectos legais e desafios jurídicos devem ser considerados?
Como garantir a sustentabilidade financeira e quais são as perspectivas de longo prazo?
De que forma o Grupo AMR pode apoiar as farmácias nesse momento de transição?
Redução da Jornada de Trabalho nas Farmácias: O Fim da Escala 6X1
A famosa escala 6X1, na qual os colaboradores trabalham seis dias por semana, com apenas um dia de folga, tem sido um pilar para a organização da força de trabalho nas farmácias, especialmente no varejo farmacêutico. Com a proposta de mudança da PEC, essa jornada será substituída por um modelo que prevê menos horas semanais, mas com mais dias livres.
Para as farmácias independentes e de pequeno porte, a adaptação a essa nova realidade será um grande desafio. Muitas delas operam com equipes enxutas e dependem da escala 6X1 para garantir a cobertura das operações diárias, incluindo nos horários estendidos, como no caso das farmácias 24 horas. A transição exigirá uma reorganização profunda das escalas, o que pode afetar o atendimento, especialmente nos períodos de maior movimento.
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Impactos na Gestão de Pessoas
A redução da carga horária e o fim da escala 6X1 exigirão ajustes significativos na gestão de pessoas. Aqui, os donos de farmácias precisarão reestruturar suas operações, com um olhar atento a dois aspectos principais:
Reorganização das escalas: Será necessário distribuir as horas de trabalho de maneira eficiente, garantindo que a farmácia continue operando com qualidade, sem sobrecarregar os colaboradores. A necessidade de mais dias livres exigirá uma gestão de pessoal mais dinâmica e flexível, além de um planejamento cuidadoso.
Contratação de mais colaboradores: Para cobrir a redução da carga horária e manter o funcionamento diário das lojas, será preciso aumentar a equipe. Isso inevitavelmente resultará em custos adicionais com folha de pagamento e encargos trabalhistas, o que representa um ponto crítico para farmácias de pequeno porte, que muitas vezes já operam com margens de lucro apertadas.
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No entanto, o lado positivo da mudança pode vir sob a forma de melhora no bem-estar dos colaboradores. Estudos apontam que uma jornada reduzida pode contribuir para menos rotatividade, menos absenteísmo e um aumento no engajamento dos funcionários. Isso poderia, ao longo do tempo, impactar positivamente na produtividade e na qualidade do serviço.
Ajustes na Operação
A nova jornada de trabalho exigirá mudanças no fluxo operacional das farmácias, especialmente para que o atendimento ao cliente continue de alta qualidade, sem comprometer a produtividade. É aqui que a transformação digital pode atuar como uma aliada estratégica.
Ferramentas como gestão de estoque automatizada, inteligência artificial no atendimento ao cliente, e sistemas de escalas inteligentes podem ajudar a otimizar a operação, reduzir erros humanos e minimizar custos. A automação de processos, como caixas automáticos e reposição inteligente de estoque, pode ajudar a reduzir a necessidade de contratações adicionais, permitindo que as farmácias se ajustem à nova carga horária sem perder a eficiência.
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Outro ponto relevante é a distribuição de tarefas. A transição para uma nova jornada de trabalho exigirá uma reavaliação cuidadosa das funções desempenhadas por cada membro da equipe, garantindo que as atividades essenciais sejam realizadas sem sobrecarregar os colaboradores.
Impactos Econômicos e Financeiros
Analisar os impactos econômicos dessa mudança no longo prazo é fundamental. Embora a adaptação à nova jornada traga custos imediatos com contratações e ajustes operacionais, os benefícios de uma maior produtividade e de uma força de trabalho mais satisfeita podem gerar uma compensação significativa a longo prazo.
Estudos em outros setores indicam que, embora o aumento de colaboradores e a reestruturação da operação envolvam custos iniciais, os ganhos em produtividade e na redução da rotatividade de funcionários podem, eventualmente, equilibrar as despesas. A longo prazo, essa mudança pode, inclusive, gerar um mercado de trabalho mais qualificado e ampliar as oportunidades de emprego no setor farmacêutico.
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Entretanto, é importante ressaltar que o impacto imediato será sentindo no curto prazo, principalmente em relação à perda de competitividade. De acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas, a redução da carga horária pode ter um efeito significativo no PIB. No cenário mais severo, com a redução para 36 horas semanais, o impacto poderia ser de 7,4% do PIB nacional. Para efeito de comparação, uma queda desse tamanho é semelhante à crise econômica de 2014-2016.
Impactos no Atendimento ao Cliente
Quando o assunto é atendimento, a qualidade do serviço não pode ser negligenciada. Em farmácias 24h, a adaptação a uma jornada reduzida exigirá ajustes significativos nas escalas, especialmente em horários de pico ou durante a madrugada.
Embora esse desafio seja real, tecnologias de autoatendimento, como caixas automáticos e sistemas de dispensação de medicamentos, podem ajudar a reduzir a carga de trabalho dos atendentes. Isso permitirá que eles se concentrem em questões mais complexas, sem comprometer a qualidade do atendimento.
Para as farmácias independentes, a mudança pode representar uma oportunidade de diferenciação. Um atendimento mais personalizado e humanizado se torna um ponto de destaque em um mercado cada vez mais competitivo, e essa mudança pode ser vista como um diferencial estratégico.
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Aspectos Legais e Desafios Jurídicos
Não podemos deixar de considerar os aspectos legais e jurídicos dessa transição. A implementação de uma jornada reduzida exigirá uma revisão dos contratos de trabalho, das convenções coletivas e um alinhamento com as novas normas trabalhistas. A fiscalização será um ponto delicado, especialmente para farmácias de pequeno porte, que muitas vezes não possuem os recursos necessários para garantir a conformidade.
Para empresas de maior porte, que possuem mais recursos financeiros e jurídicos, a adaptação será mais simples, mas isso pode criar um cenário de desigualdade competitiva, o que coloca um desafio adicional para os pequenos empreendedores.
Sustentabilidade Financeira e Perspectivas de Longo Prazo
No longo prazo, o futuro financeiro das farmácias dependerá de sua capacidade de se adaptar. As grandes redes possuem mais flexibilidade para absorver os custos iniciais dessa transição, mas as farmácias independentes poderão enfrentar dificuldades, especialmente em um cenário de fluxo de caixa apertado.
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Por outro lado, a gestão financeira eficiente e a integração de tecnologias podem minimizar os impactos negativos e tornar a farmácia mais competitiva. A redução da jornada de trabalho pode também ser vista como uma oportunidade para reter talentos, melhorar a qualidade do atendimento e otimizar a operação a longo prazo. Este é um movimento que pode aumentar a competitividade e criar novas oportunidades no mercado.
O Papel dos Empresários na Adaptação à Mudança
Com a PEC ainda em discussão, gestores e donos de farmácias precisam se antecipar. A chave será a preparação estratégica: revisar as práticas de gestão e operação, explorar alternativas de adaptação e planejar com antecedência para garantir a continuidade das operações de forma rentável, sem comprometer o atendimento ao cliente.
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Como o Grupo AMR Pode Ajudar?
No Grupo AMR, estamos acompanhando de perto as discussões sobre a PEC e seus possíveis impactos. Sabemos que essa mudança trará desafios, mas também abrirá portas para novas oportunidades. Nossa missão é apoiar nossos franqueados, oferecendo estratégias de adaptação, soluções práticas para otimizar a operação e ferramentas digitais que ajudem a suavizar a transição. Juntos, podemos superar este desafio e nos preparar para um futuro mais sustentável e próspero.